Pra que apuração né?
A imprensa mineira continua mostrando
seu potencial para a disseminação de boatos. Hoje, quem abriu os
principais portais esportivos do estado deve ter tido a “incrível”
surpresa de descobrir que o goleiro Fábio estaria indo para o
Atlético MG(Oh! Ele vai pro galo!). Mas, como quase tudo de
bombástico que os jornais mineiros costumam divulgar, a história
não passou de um fofoquinha infundada.
A despeito de todas as acusações de
atleticanismo que se costuma fazer à imprensa mineira, acredito que
o que mais se evidenciou nesse festival de falácias foi a ânsia da
imprensa mineira por notícias “importantes”e sua precipitação
em tornar pública qualquer coisa que pareça servir.
Convenhamos que cobrir treinos todos os
dias e não ter nada além de modificações táticas banais para
publicar depois não deve ser nada legal. Convenhamos também que
nosso estado tem apenas dois times na série A do Campeonato
Brasileiro, o que torna as coisas por aqui bastante monótonas e
chatas, afinal, raramente alguma coisa acontece. Então, qual é a
saída dos veículos de comunicação para tornar seus produtos mais
interessantes? Simples: a fofoca.
Ora, o que é mais interessante? Roth
trocar Wellington Paulista por Wallyson durante os treinos ou a
possiblidade(ainda que nula) de um ídolo do Cruzeiro ir parar no
maior rival? Sei que muitos acham a primeira resposta mais
interessante e até mais desejável mas, para os fins da minha
argumentação, sustento que o Fábio ir pro galo chama mais a
atenção. E justamente por chamar mais a atenção é que vai
levar mais pessoas a lerem o jornal, acessarem o blog, zapearem pelo
canal, etc. Em outras palavras, é o que vai ser mais rentável pro
meio de comunicação e, portanto, é o que deverá ser publicado.
Danem-se as consequências. Cruzeiro,
Atlético e Fábio que se virem depois, o problema não é nosso.
Imprensa vive de audiência e audiência
traz anunciantes e grana. Lógica simples de entender que explica a
palhaçada anti jornalística que vimos hoje. Fatltou apuração,
pois nem chegaram a contatar as partes envolvidas. Não houve bom
senso por que os veículos confiaram em uma fofoca da web. Não houve
ética pois a todos os “envolvidos” foram imputadas falas e ações
que eles provavelmente nem imaginaram.
Dinheiro é bom, imprensa mineira. Bom
demais,na verdade. Mas, ética, bom senso e respeito com as fontes e
com os torcedores é melhor ainda.
Quer receber tudo do Cruzeiro em seu e-mail? Assine!
Busca
Redes Sociais
Links
Notícias
Colunas